quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ALGUNS TIPOS DE MÁSCARAS

Máscaras, máscaras e mais máscaras...

Muitas perguntas nos vêm à cabeça a respeito da máscara e sua relação com o teatro, com os ritos e à magia. A máscara seja como for, é sempre um melindre, pois ela imita e modifica. No entanto...Qual é seu jogo?
Nos primórdios, os homens primitivos faziam suas máscaras em couro, peles de animais e usadas no rosto e até mesmo no corpo inteiro com uma única finalidade, seduzir sua preza.
Na linguagem teatral, as máscaras, como elemento irracional, são expressões de formas, metáforas, imagens e símbolos, onde o movimento emocional e intencional é dado pelo ator dando suporte da animação para a materialização de uma idéia.
Máscaras representam tipos (seres), que impõem ao ator limites intencionais, para que se tornem teatrais. Sem a energia de um corpo, elas não tem vida, não expressam idéias, tão pouco são dramáticas. No entanto, antes de conhecer suas ideologias, deve-se conhecer o jogo pelos quais ela se movimenta.
O gesto é a vida da máscara , e sua expressividade pode ser tal que prescindem de palavras. As mãos também fazem parte da máscara. Máscara- mãos. As mãos manifestam alegria, esperança, desolação, ameaça, repulsa, sofrimento. As mãos tiram a imobilidade da forma rígida da máscara e lhe dá dramaticidade.

Máscara neutra ou máscara nobre
É a máscara que busca corporificar aquilo que é verdadeiro para toda a humanidade.
Sem expressão particular, transmite calma e estado de equilíbrio. No início era feita de papelão e depois em couro. Buracos na boca e no nariz para respiração, sendo a cavidade dos olhos grandes para que o ator tenha uma boa visão. Sua aparência física são simétricas e simples, sem aparentar idade, emoção, traços e personalidade. Sem passado, preconceitos e princípios.
Prática - Desenvolve a disponibilidade a predisposição de compreender o que é comum à todos. Tira os condicionamentos e libera o corpo. Lecoq encoraja seus alunos a procurarem a “máscara de todas as mascaras” –isto é, a essência, a poesia de todas as coisas que está presente no arquétipo. (fonte: Grupo Moitará/Ana Maria Amaral “Teatro de formas animadas”/
http://www.tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=849)

Máscara expressiva
São aquelas que apresentam expressão. Com feições bem calcadas, definem um estado de ânimo. São máscaras inteiras e silenciosas. Cada máscara sugere uma dinâmica. Ao contrário da neutra, são bem variadas. Uma boa máscara expressiva tem a força capaz de transformar a expressão conforme a movimentação. Traz algo de profundo capaz de motivar a sua expressão (reação).
Prática - Cabe ao ator descobrir o jogo que a identifica dando forma ao corpo. A triangulação ressalta suas relações. O jogo pode ser enriquecido com a contra máscara. “Quando o ator a encontra –acontece algo como possessão”. (fonte: Grupo Moitará/Ana Maria Amaral “Teatro de formas animadas”/
http://www.tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=849)

Máscara larvária
Como o próprio nome diz, são máscaras em estágios embrionários. Descobertas por Lecoq no carnaval de Basel (Suiça), são estruturas simplificadas da vida humana. Eu as considero como as garatujas das máscaras. Suas formas humanas são grandes, redondas, pontudas, curvas – é o nariz que conduz toda a movimentação facial.Grandes, brancas, lembra um rosto (e por isso eu a chame garatuja), ainda que inacabado. Tais impressões, possibilita jogar entre o elementar e o lírico. A idéia e a pesquisa de um corpo inacabado (estranho/bizarro), pois a máscara começa a esboçar uma personalidade,provoca o imaginário.
Prática - Cada máscara pede seu movimento, sua dinâmica, seu ritmo. Como não permite a voz, necessita de ações. Podem ser jogadas tanto pelo lado animal quanto pelo humano. Têm um jogo orientado pelo nariz. (fonte: Grupo Moitará/Ana Maria Amaral “Teatro de formas animadas”/
http://www.tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=849)

Meia máscara
Geralmente são tipos fixos. Usam meia máscara que deixa livre a parte inferior do rosto. Sendo assim, permite a utilização da palavra, que seria dito sem máscara, no entanto, improvisa seguindo a linha de raciocínio da personagem. Projeta partes isoladas do corpo, geralmente nariz e testa. Ex. Dotore e algumas servas da comédia del’ arte – narizes e/ou testas. Clown – somente nariz (menor máscara). Tanto uma como outra, trabalha em cima de “acentos”,em uma natureza profunda – seja do ator ou da personagem.
Prática - O ator deve encontrar corpo e voz da personagem. De um lado trabalha o ator e sua força teatral (Clown). Expressão corporal, exposição às suas fragilidades, fraquezas. De outro lado, dá vida a um personagem, revelando minúcias do mesmo (serva). (fonte: Grupo Moitará/Ana Maria Amaral “Teatro de formas animadas”/
http://www.tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=849)

Tipos cotidianos
As máscaras dos personagens não são caricaturas, no entanto, são figuras um pouco exageradas que Sartori compreende como “Tipos do cotidiano”. Ex. professores, políticos, açougueiro, padeiro, etc. Com tendência para a comédia del’ arte, aprofunda-se ao expressar sentimentos mais complexos em seus traços,traduzindo em personagens “tipos”. Ex. o debochado, o orgulhoso, o esperto, o imbecil, o meigo,o malicioso e por aí vai...As máscaras são assimétricas permitindo ricos detalhes
Prática – O trabalho do ator é muito parecido com o da comédia del’arte. Cabe ao ator descobrir o jogo que a identifica dando forma ao corpo. A triangulação ressalta suas relações. O jogo com movimentos menores e sutis, pode ser enriquecido também com uma máscara oposta (contra máscara). (fonte: Grupo Moitará/Ana Maria Amaral “Teatro de formas animadas”/
http://www.tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=849)

Máscara Abstrata
Com formas geométricas, trabalha a abstração do gesto e o jogo cênico.
Prática – Permite ao ator trabalhar o ritmo do corpo, espaço-tempo,projeção espacial a partir das linhas de força da máscara criando um jogo com ações amplas, acrobáticas e assimétricas.

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